sexta-feira, 8 de maio de 2009

Qualquer coisa.

Quando eu escuto Caetano tanta coisa, mas tanta coisa mesmo, acontece aqui dentro.
(Acontece em mim. Por mim. Para mim.)

São passeios noturnos de carro sob o luar e o cheiro de mar, são noites insones cheias de lágrimas, é o eterno não-entender, é a negação, é o meu dançar, é a minha tentativa de esquecer o que já não mais quero lembrar, é a minha infância quando eu cantava embolado, meu sono da tarde na adolescência, é a certeza da música que me acompanha e por ela me compreender, é a raiva das bobagens ditas (e as não ditas também!), é a viagem solitária na busca por companhia numa distância curta, é o barulho do ventilador, é a incessante agonia necessária, são dias de calor e suor, é o escuro na garagem quando estou saindo para luz, é o berrar por saber do que se trata, é a secura nos lábios depois de uma madrugada chorosa num telefonema que ecoa, é a manhã gelada, é o amanhã inteiro, a fumaça do cigarro que já não há, a cerveja que nem embebeda, a pouca razão das coisas, o quase nada e o tudo pleno...
(Dentre outras coisas, óbvio...)

Costumo dizer que Caê é minha biunívoca relação que flutua em passos silenciosos entre amor e ódio.
(Escutá-lo se faz difícil e necessário.)

Numa noite fria e de sono curto, resolvi fazê-lo.
E deu no que deu: Mil reflexões sobre as mais variadas coisas...
(Eu precisava pontuar isso, mesmo que não tenha nenhum significado, significância ou propósito.)



Esse papo já tá qualquer coisa,
Você já tá pra lá de Marraqueche...

Mexe
Qualquer coisa dentro, doida
Já qualquer coisa doida
Dentro mexe
Não se avexe não
Baião de dois
Deixe de manha, 'xe de manha, pois
Sem essa aranha! Sem essa aranha!
Sem essa, aranha!
Nem a sanha arranha o carro
Nem o sarro aranha a Espanha
Meça: Tamanha!
Meça: Tamanha!

Esse papo seu já tá de manhã...
Berro pelo aterro
Pelo desterro
Berro por seu berro
Pelo seu erro
Quero que você ganhe
Que você me apanhe.
Sou o seu bezerro
Gritando mamãe.
Esse papo meu tá qualquer
coisa...

E você tá pra lá de Teerã...

Um comentário:

ISA disse...

Seu blog me é tão nostálgico. E eu sempre lembro de coisas boas, planas, brancas...

:*