Ele tinha um cheiro tão vulgar.
Era um cheiro quase que comum: Um cheiro que pertencia a todos os homens com quem ela cruzava pela rua, e, ainda assim, era um cheiro somente dele.
Era o mesmo odor que sentia entrar pela porta de sua casa, quando o vizinho saía do elevador pontualmente, e todos os dias, às seis da tarde.
(E ainda assim, fazia o seu coração disparar!)
O exato mesmo cheiro daquela fileira de desodorantes (a vapor) que ela era obrigada a ver no começo de semana nas idas ao supermercado para fazer as compras.
(Vapor barato, concluiu, com uma pontada no peito.)
-Barato e vulgar como tudo que dele faz parte-, pensou, entristecida.
(Como pudera pertencê-lo? Ela era tão especial!)
Viver em paz era o que ela queria.
Mas como seria possível com todos esses cheiros vulgares que a perseguiam?
Sim!, eu estou tão cansada... Mas não pra dizer que eu estou indo embora. Talvez eu volte, um dia eu volto, quem sabe... Mas eu preciso, eu preciso esquecê-la, a minha grande, a minha pequena, a minha imensa obsessão, a minha grande obsessão... A Minha Honey Baby!
2 comentários:
ai, ai, como eu convivi com o cheiro da minha insônia... é que ele usava o perfume da estação. espero que essa moda também seja efêmera. bah!
O cheiro vulgar são os cheiros mundanos, nem por isso menos sinuosos e atraentes... como Rita Baiana, tão corriqueira e tão ímpar, rs.
Lindo, Mia!
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