quarta-feira, 12 de maio de 2010

Sentimento ilhado ou amores serão sempre amáveis.

Aí você tá quietinha de madrugada, assistindo episódio inédito de House no computador. Tudo bem, tudo sob controle...

De repente, uma janelinha do msn aparece na tela com uma pergunta que poderia ter sido respondida de tantas maneiras. Todas elas sinceras.

Quando você se dá conta, está lá, dividindo suas lembranças com o dono e protagonista de todas elas. Quer dizer, das melhores.

...Sincericídios, palavras cheias de verdade, crises de honestidade sentimentais e o exposto do único arrependimento de uma vida (dado que eu não sabia ser feliz e estava acostumada com a dor, era mais fácil permanecer nela que suportar a insustentável leveza daquele sorriso dele pra mim).

E, como não poderia deixar de ser, fotos, músicas e poemas de Clarice.

Vida que é. Que segue. Seguiu. E nunca deixou de ser...

(Ele realmente me deu o coração. Só eu que não acreditei.)

'O prazer nascendo dói tanto no peito que se prefere sentir a habituada dor ao insólito prazer. A alegria verdadeira não tem explicação possível, não tem a possibilidade de ser compreendida - e se parece com o início de uma perdição irrecuperável. Esse fundir-se total é insuportavelmente bom - como se a morte fosse o nosso bem maior e final, só que não é a morte, é a vida incomensurável que chega a se parecer com a grandeza da morte. Deve-se deixar inundar pela alegria aos poucos - pois é a vida nascendo. E quem não tiver força, que antes cubra cada nervo com uma película protetora, com uma película de morte para poder tolerar a vida. Essa película pode consistir em qualquer ato formal protetor, em qualquer silêncio ou em várias palavras sem sentido. Pois o prazer não é de se brincar com ele. Ele é nós.'
(LISPECTOR, C.)

...E ele continua a dizer coisas tão somente lindas.
(Mesmo depois de todo erro e toda dor).

...Na janela ao lado da principal, aonde verdades estavam nuas e expostas, um amigo com um afago e com uma completa compreensão.