terça-feira, 27 de maio de 2008

Verdades de um sábado ensolarado.



E daí eu paro e penso que realmente toda mágoa, todo ardor, toda revolta e a força da minha ira jamais foram capaz de reduzir a pó - um miligrama que fosse - o amor que eu senti ou o relacionamento tão intenso que eu vivi. Não era preciso passar por cima ou compreender: era só ter deixado ir como um ciclo que se finda, perene que é, pela própria vida.

A presença continuava forte ainda que eu tentasse passar por cima de tudo com meu turbilhão de sentimentos negativos e claustrofóbicos; com o desespero que me era tão comum, tão inato, tão sufocante e tão palpável.

Uma cegueira não-lúcida inviabilizou a possibilidade de perceber que para curar aquela tempestade, era preciso apenas um guarda-chuva segurado com delicadeza por alguém que se importasse com a menina que tão cedo se abandonou ... com a mesma menina que, nas palavras de Jim Morrison, havia se tornado "carcereira da própria prisão".

Debaixo do guarda-chuva tem proteção, tem calor, tem cores e vida.
Toda vontade de viver de novo ... uma ânsia que havia se esvaído, secado pela dor que continuava incessantemente.
Mas isso é passado, e só o presente-futuro me interessa.
O que foi deixou. O que virá vai ser bem-vindo.

Ilustrativamente, é como nesta canção:

♪ ♪ Gotas de amor sobre as feridas como um bálsamo.
Ondas de amor pelas cortinas como um sábado de sol.
Eu só queria te dizer que aquela dor já passou,
fingir que não, passar por cima, nunca me ajudou ...
Onda de amor me contamina como um sábado de sol,
eu só queria te dizer que aquela dor já passou,
fingir que não, passar por cima nunca me ajudou ...
Onda de amor me contamina como um sábado de sol.
Eu só queria te dizer que aquela dor já passou! ♪ ♪
(Paralamas do Sucesso, "Sábado")

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