sexta-feira, 30 de julho de 2010

Sobre o descrer.

Bom, essa é uma opinião sua...
Eu prefiro continuar acreditando nas minhas esperanças e fantasias.
(Ou, como você diminuiu, 'ilusão').
Porque, piração pra mim, é perder a fé de que algo surpreendentemente bom possa acontecer em qualquer âmbito de nossa vida.

Emudecida.

Ele não sabe o quão foi insuportavelmente difícil estar no mesmo metro quadrado que ele e não chamá-lo -aos gritos- com minha voz rouca e cansada, enquanto todos os meus poros já o faziam em silêncio


sexta-feira, 9 de julho de 2010

A lucidez do Poetinha.

Premissa: Eu acho que se não tivesse lido Vininha desde sempre, eu não teria a ânsia de amar que um dia eu já tive.

Ai, Vinícius.... Como sabe das coisas!

Que falta faz nos faz, há trinta anos, a lucidez romântica do Poetinha maior!

Como é bom tê-lo companheiro nessas tardes...


(Pega esse avião, meu irmão! Vamos fazer o Samba da Volta! \o/)

Interessante como certas coisas não mudam, não é mesmo?
Eu leio 'Para uma Menina Com uma Flor' desde os meus sete ou oito anos. E, em todas as vezes que leio, parece que é sempre como na primeira vez. Sempre a mesma surpresa. Sempre a mesma exclamação de como Vinícius é tão irrevogavelmente fantástico!

Ainda lembro do dia que ganhei o livro de crônicas. Menina, procurei a flor que acreditava vir dentro do livro. Não tinha a flor que eu buscava. Tinha um mundo de palavras que me ensinaram a sentir.

Vininha deve estar fazendo farra com Antônio Brasileiro no céu.

Tomando uns uísques, escrevendo uns poemas, amando as mulheres.

Deus deve ter ido cumprimentar. E deve ter dito:-brother, caprichei quando te fiz!


Trinta anos de saudades do Poetinha mais poeta de todos...


quarta-feira, 7 de julho de 2010

No mais, lemon drops.

Hoje de manhã, na academia, tive um insight. Parei a musculação e pedi caneta e papel. Escrevi em letras trêmulas e num papel amassado isso aqui:

Às vezes você se perde um pouco de si mesmo. Aí vem alguém pra te lembrar que sim, você é especial. É Deus dizendo que não, que Ele não esqueceu de você.

Achei que a mensagem podia servir pra alguém e resolvi colocar aqui.
Faça o bem!

Muitas horas depois, estava ouvindo 'Somewhere over the rainbow' na versão do Eric Clapton. Lembrei como essa música me dá esperanças.

Aliás, tem música que acalma. Aí eu volto a acreditar em tudo de novo. Tudo que a tristeza faz a gente esquecer...

No mais, lemon drops.


segunda-feira, 5 de julho de 2010

Aunque eran planes y hoy yo lo siento...

(si casi nada quedó...).


Quem mais se arrepia quando Fito Páez abre a boca na segunda metade da canção?

Queria casar com a voz dele. Mas só nessa música.

...E ainda tem Neruda no meio. Como resistir?


Tão lindo que me dói...

Daí você está entre sites de internet, entre páginas de livros e, ocasionalmente, o destino põe na sua frente uma coisa que mexe com você. São mensagens, são fotos, são músicas, são poemas. São, simplesmente.

Neruda é um poeta que há muito me toca. Há tanto me dá borboletas no estômago. Há tantíssimo tempo está presente nos meus pecados.

Hoje achei um poema muito específico. E resolvi compartilhar um trecho aqui. Compartilho porque me arrepiei ao lê-lo. Compartilho porque ele é tão belo que chega a ser indecente. Compartilho porque, de tão lindo, me dói. Pablo estraçalhando meu coração de novo...

'... Y sólo quiero cinco cosas,
cinco raices preferidas.

Una es el amor sin fin.

Lo segundo es ver el otoño.
No puedo ser sin que las hojas
vuelen y vuelvan a la tierra.

Lo tercero es el grave invierno,
la lluvia que amé, la caricia
del fuego en el frío silvestre.

En cuarto lugar el verano
redondo como una sandía.

La quinta cosa son tus ojos,
Matilde mía, bienamada,
no quiero dormir sin tus ojos,
no quiero ser sin que me mires:
yo cambio la primavera
por que tú me sigas mirando.

Amigo, eso es cuanto quiero.
Es casi nada y casi todo...'

(NERUDA, P. 'Pido silencio')